18 Agosto, 2017 12:33

Plano estratégico de gênero visa maior participação da mulher no PVSA

Larissa Machado
Osvaldina Rosalina dos Santos, membro da Coordenação Estadual de Mulheres Quilombolas do Piauí.

A missão de gênero do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), realizada em Teresina (PI), nos dias 14 e 15 deste mês, deu um grande avanço na elaboração do plano estratégico de gênero para o projeto Viva o Semiárido (PVSA), executado pelo governo do Piauí, por meio da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR).

O FIDA, uma agência das Nações Unidas (ONU), enviou Rodica Weizman, consultora de gênero de sua equipe para contribuir na formulação deste plano. “A elaboração deste material é o primeiro produto voltado para gênero no PVSA e também o grande trabalho deste encontro. À medida em que vamos aprofundando a temática de gênero, estamos gerando frutos. É um tema complexo, atravessa o projeto Viva  o Semiárido em todas as suas facetas e é um componente fundamental para o desenvolvimento social, rural e sustentável. Não podemos pensar em um projeto como este sem alcançar as mulheres, sem atender às suas necessidades e demandas específicas. Precisamos trabalhar as mulheres de forma que saiam da exclusão, porque muitas vezes são deixadas à margem dos processos produtivos, não são reconhecidas, nem valorizadas; e mudar esta realidade é o nosso objetivo maior”, enfatizou Rodica Weizman, consultora de gênero do FIDA.

O evento contou com ampla participação de empresas de assistência técnica sistemática (ATS), universidades e dos movimentos sociais específicos de ação das mulheres e para as mulheres, além daqueles que têm a pauta como relevante, a exemplo da Fetag, da Coordenação Estadual Quilombola do Piauí e do Movimento de Pequenos Agricultores e Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Nordeste – PI.

Osvaldina Rosalina dos Santos é membro da Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí. Ela participou da missão de gênero e afirmou que o projeto Viva o Semiárido vem, além de investir em planos de negócios, contribuir para o melhoramento da autoestima das mulheres quilombolas. “As mulheres quilombolas, existimos e resistimos a todos os desafios, tanto na base, como nos nossos quilombos, através de nossas iniciativas. Porém, ainda somos invisíveis. A gente acredita que esta missão veio nos ajudar, acima de tudo, a sair da posição de invisibilidade. Poderemos começar a investir naquilo que, para nós, ainda é sonho; que é um empreendimento nas nossas comunidades quilombolas, com a criação de galinha caipira, hortas comunitárias, a produção de sabonete de aroeira, dentre outros. A palavra “empoderamento” tem uma grande dimensão para nós, quilombolas. Engloba a nossa participação na agricultura familiar, nas questões financeiras, no empreendedorismo, mas também na política. Na verdade, às vezes, nem nós mesmas valorizamos este grande potencial que temos tanto na militância, como no poder de assumir chefias administrativas e também familiares”, ressaltou Osvaldina Rosalina dos Santos.

De acordo com a diretora técnica do projeto Viva o Semiárido, Lúcia Araújo, a missão foi extremamente positiva por pautar uma das prioridades do PVSA, que é a participação das mulheres. “Realizamos a missão de gênero, estrategicamente, anterior à missão FIDA de aditivo, a ser realizada de 21 de agosto a 1º de setembro, em Teresina, pois apresentaremos, a partir da próxima semana, o que foi tratado na missão de gênero. Fizemos uma boa discussão, desenhou-se o que se quer, o que se desafia a fazer quando se tratar das questões da participação feminina no PVSA”, finalizou Lúcia Araújo.

 Autoria: Larissa Machado