05 Junho, 2019 11:34

Mulheres do semiárido trocam experiências e debatem organização social produtiva

A Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (Seaf), por meio do Projeto Viva o Semiárido (PVSA), realizando de 04 a 06 de junho, na Obra Kolping, o I Encontro de Mulheres do Semiárido Piauiense. O objetivo é possibilitar um espaço de troca de experiências e debates sobre a organização social produtiva das mulheres rurais beneficiárias do PVSA.

O secretário da Agricultura Familiar, Herbert Buenos Aires; o superintendente da Agricultura Familiar, Francisco das Chagas Ribeiro; a superintendente dos Programas para Agricultura Familiar, Patrícia Vasconcelos; a coordenadora de Políticas Públicas das Mulheres, Zenaide Lustosa; a vice-presidente da Fetag-PI, Lucilene Ferreira; e representantes de outras entidades compareceram à solenidade de abertura do evento.

O gestor da Seaf avalia que o seminário funciona como articulação para que a mulher não continue à margem do processo, ampliando o envolvimento nas resoluções, além de onde e como produzir, que também assuma o comando da produção. “Ainda temos no Piauí a mulher como a grande responsável pela manutenção da casa, mas elas também, em muitos casos, têm que produzir para completar o orçamento mensal ou manter integralmente a família. Por isso, a discussão ampla durante estes três dias sobre formas de caminhar na direção da autonomia econômica é muito importante” frisou Herbert.

Alice Vieira de Almeida, da Associação de Artesãos de Ipiranga do Piauí, Território Vale do Sambito, avalia que, apesar da carga horária desigual, se comparada a dos homens, as mulheres rurais estão cada vez mais conquistando seu espaço. Ela cita que o PVSA, que beneficia as mulheres e jovens, é uma motivação para todos. “Vou deixar de ser representada para representar o meu espaço”, frisa a artesã.

Segundo Francisco das Chagas Ribeiro, vale ressaltar que, no primeiro dia de evento, a coordenação conseguiu reunir 25 projetos que têm mulheres em sua maioria, dos 211 já aprovados pelo PVSA. “Também assinamos aqui os seis últimos projetos que apresentam inovação tecnológica e que fazem a transição para o próximo projeto Fida no nordeste brasileiro, que vai apoiar a agricultura resiliente no semiárido, onde o foco sobre o meio ambiente e a convivência com o semiárido vão aumentar bastante”, disse o superintendente.

Durante o seminário, também foi citada a conclusão de projetos exclusivo de mulheres, como a Associação de Mulheres de Itainópolis (AMA) onde, no projeto de ovinocaprinocultura, as mulheres implantaram pastos, compraram animas, fizeram silagem e fenação, participaram de cursos de cortes e aproveitamento das cabras e atualmente produzem e vendem salgados como pastéis e coxinhas à base de cabras e ovelhas.

Aproximadamente 85 mulheres dos 5 territórios (Vale do Sambito, Vale do Canindé, Vale do Guaribas, Serra da Capivara e Vale do Itaim), dos movimentos sociais e de mulheres no estado, participam do evento que discute sobre os diversos temas deste universo, entre eles, a contribuição econômica das mulheres, sua presença nas cadeias produtivas, gestão nas organizações, apresentação de experiências em movimentos, debate sobre a Marcha das Margaridas envolvendo estratégias de mobilização e de participação.

Para a consultora em gênero, raça, etnia e geração do PVSA, Sarah Luíza, a intenção é de que o encontro seja espaço de intercâmbio, tanto sobre as ações produtivas que as mulheres têm realizado com o apoio do projeto, a partir dos Programas de Inclusão Produtiva (PPIs), quanto “de valorizar o trabalho que as mulheres realizam no campo, produtivos, reprodutivos e reconhecer as ações que elas têm feito para contribuir com a geração de renda e a fortalecimento, melhoria de vida no semiárido”.

A expectativa da coordenação do evento é de que nesses dias o seminário possa contribuir para que as mulheres se fortaleçam, se empoderem e saibam que o projeto pode fortalecer as ações nos assentamentos e comunidades onde atua.